domingo, 12 de dezembro de 2010

magia


mágica alquimia
quando o teu sexo
me rasga e implora
o falo incendiado,
gotejante da
lava da vida

banquete de corpos
sob o mesmo sol
que derreteu os
sonhos de Ícaro

...do deserto


deito-me tantas vezes

em contemplação

no deserto do teu corpo.

quem disse que o deserto

é árido e vazio?

...do sangue


misturo o meu sangue no teu,
pétalas vermelhas encharcadas
pelos mares que se agitam
e desfazem nos nossos continentes

perfumes libertados em
gotas de orgasmos multiplicados
que salpicam os corpos
naufragados na praia

...do livro


o fim do teu prazer
será apenas
o reinício de mais um livro,
de uma nova leitura

morrer em ti


sei que um dia

irei morrer

à sombra das árvores

plantadas em ti.

morte fácil e sem dor,

à semelhança das mortes

que em ti tenho morrido

numa constante sucessão

de mortes revividas.

sentidos do prazer


...afinal o que é o prazer

senão a descoberta do cheiro e do sabor,

e de tantos sentidos com e sem sentido