terça-feira, 30 de junho de 2009

piano


o que sou afinal, quando por mim passas as tuas mãos perfeitas na procura da música do acaso? simples instrumento em permanentes afinações. teclas de marfim dedilhadas pela tua loucura de me fazer vir no descompasso atemporal que toma conta de nós. apenas piano...

olá amanhã


- desculpe, posso fazer-lhe uma pergunta?
- claro!
- como se chama?
- olá! e você?
- amanhã!

laboratório


e no momento em que os jactos de sémen se libertam do meu pénis...transformam-se em delicadas pérolas que deslizam suavemente pelo teu corpo de musa. laboratório de todos os desejos consentidos.

fetiche # 3


a beleza do equilibrio desenhada no equilibrio dos corpos e dos números.
ménage à trois, ou a inocência perdida das variavéis eróticas.
a matemática é uma (defi)ciência exacta.

fetiche # 2


corpos que se abraçam numa orgia sem limites. sinfonia de peles que escorregam ao sabor do tacterar, abraçando-se na convergência do despudor. na confluência dos orgasmos.

senhoras e senhores...


haverá alguma prova de perfeição mais perfeita do que esta?
por favor...digam-me que sim!!!

fetiches, os meus...


vamos lá para mais uma de confissões.
dedicada a fetiches. aos meus.
em primeiro lugar vêm os pés, já aqui celebrados em anterior rodapé de pensamentos.
lugares: provador da Zara. mas também pode ser numa qualquer loja da Chanel ou da GAP.
elevador: orquestrações de felacio em camara lenta num elevador panorâmico de uma torre de Shangai. que também pode ser no Empire State ou em Tóquio. desde que seja prédio alto e com elevador lento. para que ao chegar ao topo se abram as portas do orgasmo e se processe a implosão de sentidos.
elevador: lento e antigo. paredes forradas a veludo. porta de correr em harmónio. prédio de Lisboa, Barcelona ou Milão. o cunilingus processa-se durante o tempo de subida. sem passageiros que entrem nas estações intermédias. tu, sim tu, deverás estar despojada de inibições, saia levantada pela cintura, pernas arqueadas sobre as minhas costas, sandália de salto alto deixando entrever as unhas cuidadas dos teus dedos perfeitos. e vens-te no momento em que o solavanco do elevador anuncia a chegada ao seu destino.

palavras


da minha boca saem palavras.
palavras que beijam e que repelem.
palavras que falam e que se calam.
palavras que abraçam e agoniam.
palavras que amam e outras que odeiam.
palavras que bebem e que comem.
palavras que choram e que fodem.
palavras que imploram e regurgitam.
palavras que sentem e excitam.
da minha boca saem palavras.
palavras vãs ou com sentido.
palavras que vão e outras que voltam.
palavras que ferem e que não voltam.
palavras que lambem e que desenham desejos.
palavras ouvidas e repetidas.
palavras ocas e outras fodidas.
palavras que sonham e desafiam.

da minha boca saem todas as palavras.
para se saciarem nos sentidos de alguém.

sábado, 27 de junho de 2009

solidão


Liberto-me das amarras
Ao encontro da podridão
Em busca de companhia
Para a minha solidão
(dedicado às mulheres que vivem do outro lado da vida)

cálice


in vino veritas,.de preferência tinto e altamente graduado. para entorpecer os sentidos e fazê-los renascer em cada momento

socorro!


socorro, estou apaixonado
é impossível resisitir a tanto charme!

umbigo


antecamara do prazer...

pele


a tua pele estava pintada pelo orgasmo nela espalhado.
pintura abstracta que fui imaginando ao passar das mãos pelo teu corpo.
bebendo-lhe cada sentido, acompanhando essas ondas de túrbidas vagas que se recortavam na noite que tinha entrado pela janela.
a tua pele foi tela na imaginação do meu tactear. nela me perdi em beijos que se prolongaram, saboreando o prazer de finalmente te ter só para mim. olhares fugidios que finalmente me olharam. sorrisos perdidos que finalmente se encontraram.
num imenso deleite feito de corpos e de peles que se pintaram como uma pintura abstracta...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

bailado


ontem todos os bailados foram possíveis na penumbra do teu quarto.
lembras-te dos corpos que se fundiram numa só pele tatuada pelos orgasmos com que sucessivamente nos presenteámos?
ontem todos os passos foram seguidos.
em bailados coreografados, sombras chinesas que se agigantaram ao passar do erotismo.
ontem todos os momentos foram possíveis.
em movimentos lentos, como lento deve ser o primeiro amor dos corpos. como lentos devem ser os primeiros olhares. as primeiras carícias.
ontem todos os bailados foram possíveis.
na penumbra do teu quarto.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

desejo


Meu desejo
não tem nome,
escravo que é do desejo.
Meu desejo
pinta-se em olhares
de mar e
em sorrisos de Verão.
Ou em folhas avermelhadas
pelo Outono.
Meu desejo crepita
nas lareiras acesas
que reflectem os
contorcionismos
dos corpos que se
amam ao seu ritmo.
Meu desejo é
perdido, é fodido
por todos os
desejos que há no
mundo.
Meu desejo é
feito nos beijos
que não dei,
nos corpos que não amei,
nas palavras que não disse.
Meu desejo é perder-me
em qualquer desejo...
negro, mulato, loiro, asiático.
Meu desejo não tem
passaporte,
não reconhece fronteiras,
não paga imposto.
Meu desejo é perdição…
minha.

gota


Estás de bruços,
deitada sobre os lençóis
amarfanhados pelo prazer,
tingidos pelo sacrossanto
líquido da vida.
Ainda há pouco cavalgavas
todas as aventuras da tua
imaginação neste potro
improvisado que sou eu.
Comigo (ultra)passaste todas
as barreiras desse prado
sem fim que escolhemos
para galopar.
E cansada, derrotada
por todos os gozos que te
acometeram, dormes
agora abraçada à minha
perna.
Nas tuas costas (es)corre
uma gota daquele oceano
branco e almiscarado
com que ainda há pouco
foste inundada,
e com o qual quiseste
pintar o teu tecido
moreno de sol.
Uma simples gota
que desenha novos
caminhos no teu corpo,
testemunha viva
de um incontrolado
prazer.

papel de música


Preencho todos
os espaços do seu corpo
com a minha língua
devassa,
papel de música
improvisado para
compor todas
as tonalidades
da sua pele,
onde escrevo canções
ditadas pela
insinuante loucura
que se apodera
de mim.
Rasuro os enganos
que também fazem
parte da arte,
lambendo cada nota
como se fosse a última
da partitura.
Conduzindo a sua
orquestra com a batuta
da minha luxúria,
levo a língua
ao epicentro do
seu prazer,
rebentando todos
os instrumentos no
êxtase do seu orgasmo.
Não tenho dó de si…
Sou seu maestro.

droga


Sou droga alucinógena,
plantada num canteiro
sem nome,
e que transita nas veias
das junkies me desejam.
Injecto o soro da vida,
prazer irrecusável
das mulheres vagabundas
que anseiam por mim,
dando-lhes tudo,
dando-lhes nada.
Sou tara e magia,
a treva que ilumina,
que circula e enfeitiça
que ergue e que derruba,
que alimenta e vicia.
Sou de todas
e de nenhuma,
amo gregas e troianas,
sou da noite e sou do dia.
Sou de todas e de
nenhuma.
Mato… e ressuscito,
sem fronteiras.
Sou cidadã(o) do mundo.
Sou inclemente, ou cruel,
sou amado(a) e não amo.
Deito-me na praia,
corro a cidade, morro
num barranco infecto
para lá dos limites dos
olhares acusadores.
Faço música com as
pútridas poetas da vida,
versejo com as sobras
das humanas condições,
converso com as parasitas,
parasito-me nas conversas.
Sou droga alucinógena,
feito homem…
para mulher consumir.

hoje somente


Hoje,
somente hoje,
quero inscrever
nos papiros
as nódoas desse
meu prazer doentio
que ficará para
sempre marcado
nos lençóis do
tempo.
Promulgações
reais desse
Hórus que trago
em mim,
celebrando
a vida com o vinho
envelhecido
nas ânforas sagradas
onde mergulho
os meus sentidos.
Entre a dor
do crepúsculo
e as lágrimas
da alvorada.

perturbante


Deixas cair o copo,
entornando as últimas
gotas de vinho
que deixaste para trás…
marcas de uma boca sensual
que ficarão gravadas
até ao amanhã.
Essa boca
que procura qualquer
coisa para amar...
Na toalha de linho branco,
a cor púrpura e já amarga
desenha imagens
que podem ser de desejo…
mas que já não vês.
O teu corpo
está inebriado por
um desejo que te perfura
e que tão bem conheces…
Desejo que te faz desfalecer
conscientemente
no tapete da sala, deitares-te
e sentires por baixo da tua pele
o pêlo macio que te
lembra um corpo tantas
vezes amado…
e agora ausente.
Incontroladamente
controlados, os teus dedos
procuram a passagem para um
prazer que queres só para ti.
Os teus seios, acariciados pela
mão ávida de luxúria,
aumentam o gozo que te vem
das entranhas.
Contorces-te ao ritmo
das sombras que entretanto
tomaram conta do lugar.
Imaginas o teu corpo a dançar
no tecto dessa sala que
se transformou numa
gigantesca e desmesurada
cama de prazeres.
Estás sozinha, mas não estás,
imaginando os corpos
que por ti passam sucedendo-se
nas ondas de prazer que
te levam para lá da racionalidade.
E arranhas a seda suave das tuas
pernas à passagem das
tuas unhas eriçadas.
E tatuas na tua pele
os teus dentes brancos e perfeitos.
E rasgas a imaginação
com o prazer que não pára de crescer.
Sentes-te demente, ou nada
sentes de ti, porque tudo o
que sentes são os imaginados
corpos que te dão.
E não paras. Não paras de
te fazeres feliz na deambulação
das tuas mãos por um corpo
que tão bem conheces...o teu.
Arrancas de ti toda a solidão
agora transformada numa
orgia de corpos que por ti
vagueiam.
És actriz e espectadora
dessa peça encenada por ti.
E cai o pano sobre o teu corpo,
no preciso momento em que o
orgasmo te atinge e os aplausos
da plateia ecoam para lá
da irracionalidade.
Perturbante…

terça-feira, 23 de junho de 2009

Sem palavras


Hoje vamos amar-nos no silêncio da respiração ofegante, do suor dos corpos, do roçar da pele em orgasmos mudos em explosões de sabores.

Amanhã...

domingo, 21 de junho de 2009

orquestrações







numa esquina do improvavel, o fotógrafo capta o momento final em que o maestro, de batuta em riste, impõe um intermezzo entre duas árias de Chupin...(com "u")

haiku erótico


pele de âmbar
exóticos prazeres
colados em mim

confissão




confesso: sempre gostei de pés!
assim como também gosto de mãos...de olhares...de sorrisos...de seios grandes e macios, rijos ou que apenas cabem na concha da minha mão.
assim como também gosto de uma boca bem esculpida em que me vejo, de imediato, a ser sugado para um qualquer buraco negro do imenso cosmos.


mas depois, enfim..., depois acabo sempre por regressar aos pés. a sua sensualidade pode superar qualquer outra parte da anatomia feminina. a sua sexualidade pode rebentar com quaisquer fronteiras do prazer. desde que se saibam entregar aos meus desvelos e cuidados..


pés...

fascínios


haverá coisa mais fascinante que dois corpos entrelaçados num mar de desejos?
ou em momentos de prazer sem limites para lá dos imaginados?

não creio!

intimidades


este é o livro a seguir!
porque tem erotismo e sensualidade
porque tem palavras e imagens
porque tem emoções e alucinações
porque tem paixão e muita tesão
porque é meu!

manhã de inverno


é inverno, nesta manhã de quase verão em que a chuva escorre lá fora
a tua mão vai ritmadamente orquestrando a dura inclemência do meu sexo
de repente, no estertor de mais um trovão, o mundo fica silencioso...e eu desdobro-me em espasmos, inundando de alvura o teu corpo. que me recebe sem pudor, entregando-se à lava quente que por ele escorre. nesta manhã de inverno de um verão que se anuncia.

reflexos


no crepúsculo do teu quarto apenas brilham os nossos olhares... que se entrevêem por entre a escuridão acumulada.
os teus seios balanceiam no reflexo devassador do espelho colocado ao lado da tua cama enquanto te devasso as intimidades na posição mais desejada pelos nossos corpos.
no momento em que atingimos os orgasmos, os esgares do nosso prazer fulminam a noite entretanto caída...raios de tesão que se extinguem na superfície de tantos reflexos já vistos.


mas jamais repetidos...

a tua boca




enquanto o meu corpo se contorce
a tua boca suga os primeiros resquícios
de desejo acumulado
em mim...ancas em desespero,
lábios branqueados de sémen...