domingo, 20 de outubro de 2013


Retiro do teu corpo

o meu corpo

gasto de tanto amar.

O meu corpo cego

e desarrumado

de que junto os pedaços

espalhados em ti.

Corpo em reconstrução

deitado

à sombra do teu olhar.

 


Esculpidos

Sou escultor obsceno da beleza dos corpos que se conjugam e moldam e encaixam e se libertam e recriam e reinventam através dos sentidos esculpidos pelo desejo que (n)os consome.

Quantas esculturas procuro na arte da minha lascívia. Quantas estátuas de carne e pele se erguem e desfazem perante o meu olhar. Na harmonia de que os movimentos são sabedores.



Na tua boca...

...posso entregar directamente as palavras que recebes avidamente como se a minha tinta orgástica pudesse um dia acabar. Gota a gota, formando um rio continuo de prazer liquefeito, escrevo-te todos os prazeres com que um dia te prometi...




 
Procura

Enquanto as tuas mãos te procuram na ânsia de um orgasmo telúrico, deleito-me com o poder que a tua boca exerce sobre o meu falo pulsante de vida. Gotejante de pérolas de sémen que te ofereço qual colar que se espalha no teu universo epidérmico.